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Prestação da casa: Taxa Euribor a seis meses alcançou valor positivo

As previsões dos analistas financeiros estão a confirmar-se. Apenas a taxa a três meses se mantém negativa, mas deverá quebrar a barreira de zero dentro de poucas semanas.
08 jun 2022 min de leitura
A taxa Euribor a seis meses retornou nesta segunda-feira, dia 6 de junho, a um patamar positivo, pela primeira vez desde novembro de 2015, ao fixar-se em 0,009%, mais 0,017 pontos percentuais do que na sexta-feira anterior. 
 
Este é o indexante mais usado em Portugal nos empréstimos à habitação. Isto é, os consumidores com crédito a taxa variável terão de se preparar para maiores despesas quando os contratos forem revistos.
 
A consequência direta da progressão desta, e da de 3 e 12 meses, é o aumento gradual das prestações do crédito, num contexto adverso para as famílias, considerando o aumentos dos preços da generalidade dos bens e serviços.
 
Conforme os dados do Banco de Portugal, os contratos a taxa variável retratavam 93,3% do número de contratos em carteira no final de 2020. Ora, 41,6% das famílias portuguesas têm créditos com a Euribor a 6 meses. Relativamente aos contratos com indexante a 3 e 12 meses retratavam 32,1% e 24,5%, respetivamente, do universo total de créditos a habitação contratualizados com taxa variável, em Portugal.
 
Antes de a taxa Euribor a 6 meses regressar a patamares positivos já o indexante a 12 meses tinha voltado ao verde, em abril. Na segunda-feira, a taxa Euribor a 12 meses também chegou a um novo máximo. No prazo de 12 meses, o indexante avançou para 0,521%, mais 0,035 pontos, um novo máximo desde julho de 2014.
 
A próxima taxa de juros Euribor a voltar a ficar acima da linha de água será a taxa a três meses. Em maio, os analistas apontaram que esse regresso ocorrerá durante o mês de agosto. O indexante a 3 meses, também na segunda-feira, fixou-se em -0,314%, mais 0,014 pontos do que na sessão anterior e um novo máximo desde junho de 2020.
 
A taxa Euribor a 3 meses entrou em terreno negativo em 21 de abril de 2015, a de 6 meses em 6 de novembro de 2015, e a de 12 meses em 5 de fevereiro de 2016. Seis anos depois, os portugueses enfrentam um cenário de subidas nas prestações do crédito da habitação já este ano.
 
Em termos de causa, existem várias. Sendo a inflação a chave de ignição e a guerra na Ucrânia o principal acelerador. A Euribor, a todos os prazos, começou a aumentar em fevereiro, após o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia aumentar as taxas de juro diretoras, em 2022, em virtude da subida da inflação na zona euro. 
 
A tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.
 
A evolução das taxas de juro Euribor está diretamente relacionada com as subidas ou descidas das taxas de juro diretoras do BCE (que são cobradas aos bancos para lhes emprestar dinheiro). A revisão desta taxa influencia todos os contratos de crédito. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Fonte : Supercasa
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